LÍNEAS DE NASCA.



24/10/2010

Nasca é uma cidade pequena, encravada no meio do deserto. As instalações são bem humildes, embora exista uma horda de estrangeiros vagando pelas ruas com alguma grana no bolso para gastar.
As informações para o voo sobre as linhas são um tanto desencontradas e todos querem vender um pacote para os turistas. Tem muito gringo na cidade para fazer o passeio. Resolvemos ir direto ao pequeno aeroporto para buscar informações e começar a aventura.
 Contratamos o voo com a Travel Air - http://www.nazcatravelair.com/ - por U$ 80,00 por pessoa, para voar num avião para quatro pessoas. Voamos com um casal de australianos. O aviãozinho era um monomotor CESNA - 206, com quase 30 anos de uso. O barulho do motor é o mesmo do Volkswagen 1600. É como voar numa máquina de lavar roupas com asas.
O dia estava perfeito. Céu azul e limpo sobre o deserto ensolarado. O voo é executado a apenas 150 m de altitude. O piloto vai narrando as manobras e as figuras, enquanto os passageiros recebem as informações pelos fones de ouvido.
O voo durou cerca de 30 min e avistamos 13 figuras na vastidão do deserto. Foi emocionante pelo sentido misterioso das linhas e pelos solavancos da aeronave.
À noite, fomos ao pequeno planetário do Hotel Nasca Lines. Neste hotel viveu Maria Reiche, a alemã que dedicou 50 anos de sua vida ao estudo das linhas. A apresentação trata sobre a teoria astronômica das linhas, formulada por Maria Reiche. Ficamos um bom tempo conversando com Roberto, o jovem operador do planetário. Observamos a Lua cheia e conseguimos tirar uma foto maravilhosa pelo telescópio.
Jantamos na melhor "pizzodiscoteca" de Nasca. Um local curioso que mudava de vocação, enquanto os clientes comiam. Não temos certeza se o pizzaiolo e o disc jockey eram a mesma pessoa que tocava a música do Papanamericano de forma insistente.

VALLE DEL COLCA.



23/10/2010

Acordamos às 5h. A van pegou a gente no lodge para o passeio pelo Vale del Colca. A primeira parada foi no Pueblo Yanque. Crianças executavam uma dança típica na praça. Meninos e meninas dançavam com as mesmas saias bordadas e um homem pousava um exuberante falconídeo nos braços dos turistas em troca de algumas moedas. 

No caminho para a Cruz del Condor, paramos num curioso cemitério.  São tumbas encravadas na rocha morro acima, vedadas com pedras e coloridas de forma tênue com cochonilha. "Colca" significa "celeiro" ou "armazém". Um dos sentidos da expressão vem dos nichos de pedra construídos perto das tumbas para guardar os suprimentos do ente morto e mumificado para a outra vida.

Finalmente, chegamos ao ponto chamado Cruz del Condor. O perfil da paisagem muda de vale para cânion. O Cañón del Colca tem 3.400m no ponto mais profundo, aproximadamente o dobro do Grand Canion, nos Estados Unidos. Os dois caníones mais profundos do mundo estão situados no Peru: Cañón de Cotahuasi e o Cañón del Colca. 

Tivemos a sorte de avistar os magníficos condores. São animais imponentes. Os verdadeiros donos dos céus e montanhas dos Andes.

À noite, de volta a Arequipa, descobrimos que a viagem para Nasca, nosso próximo destino, dura 10h. Corremos para conseguir uma passagem e cancelar o trato com o hotel de Arequipa. 

Partimos num confortável "bus-cama" da companhia Cruz del Sur - http://www.cruzdelsur.com.pe/ - e, assim, amanhecemos na cidade de Nasca.

EL CONDOR, VALLE DEL COLCA.

VALLE DEL COLCA.




22/10/2010

Fomos ao Vale del Colca numa excursão. Os passageiros eram quase todos da Espanha. Seguimos pela mesma estrada na direção de Puno. Desta vez, sem o mágico e os vendedores, numa confortável van Mercedes-Benz.

Na direção da aldeia de Chivay, passamos pela Reserva Nacional de Sallinas e Aguada Blanca. O local é povoado pelas vicuñas, o mais exótico e silvestre dos camelídeos. Paramos num local belíssimo, chamado Mirador de los Andes, para apreciar a cadeia de vulcões que fica ao redor. O mirador fica a 4.900m acima do nível do mar. Avistamos, entre outros, o vulcão Ampato - última morada da múmia Juanita - que tem cerca de 6.300 m de altura.

A aldeia de Chivay é o ponto de partida para conhecer o Vale del Colca. Trata-se de uma aldeia muito pequena e autêntica, ocupada pelos povos Collagua e Cabana, com suas mulheres ostentando vestidos bordados e chapéus característicos.

Depois de instalados no hotel Inkari Eco Lodge, fomos para as termas de La Calera. As termas ficam a 3 km do povoado. São piscinas rústicas com água a cerca de 40°C. Na fonte vulcânica a água brota a 70°C.

LA CALERA, CHIVAY.



Águas termais vulcânicas - 39ºC.

PUEBLO DE YANQUE, VALLE DEL COLCA.

INKARI ECO LODGE, CHIVAY.

VICUÑAS, RESERVA DE SALINAS E AGUADA BLANCA.



Estrada entre Arequipa e a aldeia de Chivay - Valle del Colca - chegando aos 4900 m de altitude.

OUTRO PERRO SIN PELO PERUANO.

MOSTEIRO DE SANTA CATALINA, AREQUIPA.



21/10/2010

Saímos de Puno rumo à Arequipa num ônibus pestilento.  Sem banheiro, sem ar condicionado e sem janelas. O trajeto passa novamente pela cidade de Juliaca, muito pobre e bagunçada. Ficamos muito tempo parados nesta cidade. Mulheres entravam no ônibus vendendo comida e tinha uma que batia na lataria e gritava: "TRUCHA FRITA!" Às 9h da manhã deve ser difícil traçar um peixe frito.

Quando tudo parecia tranquilo e o calor ainda não assolava os passageiros, um sujeito tomou a palavra anunciando um "nuevo producto chino" que cura das cáries à cirrose hepática. Um verdadeiro milagre. O tratamento era vendido pela bagatela de N/S 10,00.

A paisagem é bem bonita. Passamos por planícies povoadas de alpacas e vicuñas, lagos com flamingos e alguns picos nevados. Porém, veio o mágico. Era um sujeito coxo, trajava uma camisa xadrez com uma gravata horrenda e jaqueta de couro em pleno deserto. Entrou no ônibus carregando uma mala enorme e começou a fazer mágicas com cartas e papéis dobrados. Ao final da apresentação, percorridos alguns quilômetros, vendia uns caramelitos, pedindo uma contribuição.

Na reta final, apareceu outro sujeito. Tinha o mesmo discurso daquele das moléstias e o mesmo rol de doenças terríveis, mas estava equipado com um microfone e caixas acústicas portáteis. Vendia o mesmo tratamento e afirmava que o produto milagroso era a graviola, do fruto à raiz, na forma de comprimidos.

Finalmente, chegamos em Arequipa http://www.travelarequipa.com/ - a Cidade Branca. Seguindo a indicação dos argentinos que conhecemos em Machu Picchu, ficamos num hostal no bairro Cayma.

Visitamos a Plaza de Armas que é extremamente bem cuidada. O conjunto arquitetônico colonial é muito bonito e imponente. Conhecemos o Mosteiro de Santa Catalina http://www.santacatalina.org.pe/, outro belo exemplar do período colonial.

Jantamos no nosso bairro, num café chamado Capriccio. Preço justo, não turístico, boa comida e bom serviço.

ISLA DE LOS UROS, LAGO TITICACA.



Navegando nos tradicionais barcos feitos de junco totora.

LAGO TITICACA, PUNO, PERU.



20/10/2010

Rumamos para Puno num ônibus excelente. Seis horas de viagem. O ônibus pára na região do Vale dos Vulcões, no meio do nada, para utilização de banheiros incrivelmente limpos, que são assim mantidos para os viajantes em troca de algumas moedas.

Em Puno, ficamos num hotel categoria muito simples, caindo para precária, pagando N/S 60,00. A cidade é muito pobre e, mesmo com a fama do lago Titicaca, tem poucas instalações para receber os turistas.

Fomos ao Lago Titicaca e navegamos até a Isla de los Uros. O passeio foi muito legal, na companhia de dois casais, um da Irlanda e outro da Turquia. Conhecemos como é a vida nas "islas flotantes" com um guia local muito esforçado. Começava todas as frases com o vocativo "friends" e terminava com "understand?", mesmo que um pedaço da frase fosse proferida em castelhano. Eis o inglês andino.

A principal atração de Puno é a navegação até a Isla de los Uros. Existem outras ilhas no lago Titicaca para conhecer. Outra opção de passeio é cruzar a fronteira com a Bolívia para visitar Copacabana e talvez esticar a viagem até La Paz. Ficamos com receio de fugir demais do nosso trajeto. Ficará para o próximo roteiro pelos Andes.

WAYNA PICCHU.

MACHU PICCHU, PERU.



Enfim, chegamos!!!

PERU RAIL.

VALE SAGRADO, OLLANTAYTAMBO.

VALE SAGRADO, PISAC.



18/10/2010

Acordamos às 6h30min. Fomos até a estação PeruRail https://www.perurail.com/en/ para comprar as passagens para Machu Picchu. Depois, tomamos uma kombi rumo ao Vale Sagrado. Utilizamos a van que o povo local usa. A passagem custa  N/S 2,00 ou R$ 1,20 até Pisac. Nossa opção econômica de pacote, uma vez que os tours pelo Vale Sagrado são oferecidos aos turistas por N/S 200,00 ou quase R$ 120,00.

A van segue o caminho parando em cada vila. Tinha algumas passageiras com trajes tradicionais falando quechua e carregando comidas. Nossa primeira parada foi em Pisac, povoado andino muito autêntico no Vale Sagrado. Muitas mulheres vestidas com trajes tradicionais, diferente de Cuzco, onde mais parecem fantasiadas. O Vale do Rio Urubamba - que vai trocando de nome ao longo do leito - é rico e fértil. Plantações de maiz crescem ao longo da estrada. Os lavradores utilizam o sistema de terraços herdado dos Incas. As ruínas de Pisac são espetaculares. Destaque para os nichos do cemitério Inca nos paredões da montanha, o templo do Sol e as fontes.

De Pisac, tomamos outro ônibus para Urubamba - N/S 1,20. Em Urubamba, trocamos de ônibus para Ollantaytambo. Uma camiseta da seleção brasileira vale mais do que o idioma falado em qualquer lugar do mundo. O motorista da van pediu para a gente ficar com ele no banco da frente para aproveitar a paisagem por conta da camiseta da CBF. Na van tocava Roberto Carlos em castelhano. O motorista falava sobre algumas curiosidades do caminho enquanto perguntava sobre o Rei e o Lula.

Ollantaytambo é considerada uma cidade Inca viva. A base das casas da vila são do tempo dos Incas. A visão do último nível dos terraços de plantio é sensacional. Existe um grande sistema de fontes e marcas da ação dos "destruidores de ídolos" dos invasores espanhóis. 

Comemos um sanduíche de qualidade duvidosa e tomamos uma cusqueña quente http://www.cusquena.com/ antes de pegar o trem. O trem, por sua vez, é uma experiência "inolvidable", como diz o narrador que dá as boas vindas aos passageiros de todo o mundo. Fomos no Vistadome, o vagão com a cobertura de vidro.

A vista é muito bonita. Os trilhos acompanham o leito do rio e a paisagem vai mudando de serra para selva, até chegar à estação de Aguas Calientes. Passamos por lindas montanhas, picos nevados e cachoeiras.

Aguas Calientes é um povoado muito pequeno que vive em função dos turistas de Machu Picchu. Ficamos num hostal muito simples e dormimos em camas de solteiro. Compramos os ingressos - N/S 126,00 por pessoa - e recebemos as instruções para ir até Machu Picchu.

Acordamos às 4h45min e o mundo desabava em água. O "desayuno snack" prometido, não havia. Não tinha ninguém vivo ou acordado no hostal. Roubamos um suco de laranja da cozinha e umas capas de chuva na recepção e fomos para a fila do ônibus. Por incrível que pareça, havia outros malucos que acordaram antes das 5h e a fila já estava grande. O ônibus custa U$ 14,00 por cabeça para subir os íngremes 10Km até Machu Picchu. Os ônibus são novos e os motoristas dirigem desesperadamente depressa pela estradinha de terra, beirando o precipício.

Lá em cima, a chuva continuava. Estávamos um tanto desanimados tirando fotos, enquanto esperávamos a guia. Começamos a caminhar com a guia e uma família peruana às 8h. A chuva foi minguando e conseguimos apreciar as belezas da paisagem e da cidadela. Os terraços, as fontes, o templo do Sol e o condor são marcas indeléveis de uma cultura muito avançada e que tinha uma ligação íntima com os elementos da natureza.

Conseguimos a senha para subir até Wayna Picchu - a montanha velha - entre 10h e 11h. Começamos a subir perto das 11h e levamos cerca de 50min para chegar ao topo. Trata-se de uma antiga trilha Inca constituída, na maior parte do trajeto, de uma robusta escada de pedras. A subida é forte, mas a vista de Machu Picchu compensa todo o esforço. Descemos perto das 13h e fomos até outro ponto panorâmico: a casa do vigilante. É deste ponto que se tiram aquelas fotos de cartão postal.

Voltamos para Aguas Calientes quase na hora da saída do trem. Corremos para pegar as mochilas no hostal e tomamos o trem no vagão Backpacker até Ollantaytambo. Lá chegando, fomos de van até Cuzco.

Já em Cuzco, na rua do hotel, uma pequena loja de roupas chamou a nossa atenção. Não pelas roupas em si, pois eram um tanto comuns. Porém, um traje masculino era exibido num fantástico manequim com cabelos e um dente de ouro. Infelizmente, não tiramos nenhuma fotografia deste ícone do mundo fashion andino.

Na nossa última noite em Cuzco, fomos para outra experiência gastronômica digna de nota. Por aqui, as refeições são verdadeiras aventuras. Finalmente, comemos o tal do cuy a la parrilla num restaurante na Plaza de Armas. Trata-se de um porquinho-da-índia bem criado que recebe um tempero carregado e é assado na brasa. É muito tradicional na região dos Andes. A carne é boa, mas é pouca. Lembra muito a carne de ovelha e dizem que é muito saudável.

PLAZA DE ARMAS, CUZCO.

KORICANCHA OU CONVENTO DE SANTO DOMINGO, CUZCO.

SACSAYHUAMAN, CUZCO.



Ou Sexy Woman, como os gringos dizem por aqui.

MATE DE COCA.

CUZCO, PERU.



17/10/2010

Saímos cedo para o aeroporto. Conseguimos antecipar o voo para às 8h. Agora somos passageiros da StarPeru. São uns aviõezinhos muito simpáticos. No voo só tinha gringo da terceira idade.

Cuzco é uma cidade grande, tem mais de 1 milhão de habitantes. A Plaza de Armas é a principal atração, constitui-se numa pérola da arquitetura colonial ou "virrenal" como dizem por aqui.

Conseguimos um hotel muito simples, depois que fomos raptados no aeroporto por uma guia e um taxista. Tudo ou quase tudo por aqui gira em função do turismo. Eles atacam a gente para prestar informações e vender coisas ao menor sinal de vacilo.

Achamos um taxista com vocação para guia. Fomos até a rodoviária para comprar as passagens para Puno. Fomos ao mercado local - um exercício sociológico - para comprar uma mochila. Pagamos N/S 47,00 ou R$ 28,00 e o menino garantiu que era "Jansport hecho en EE.UU."

Nosso taxista emendou um passeio até Sacsayhuaman, que fica a apenas 2 km da Plaza de Armas, mas é uma subida forte. Trata-se de uma fortaleza Inca e a planta tem o formato da cabeça de um puma. É um dos belos exemplos da engenharia Inca sem utilizar argamassa. Os blocos são encaixados com precisão milimétrica e apresentam diversos ângulos.

Milton, o nosso guia taxista, mostrou com muita empolgação a obra do Cristo Blanco. Disse ele que é igual ao do Rio de Janeiro, só que menor. Ganharam de presente de uns turcos que vieram fazer negócios por aqui. O Cristo é de gosto duvidoso, mas a vista de Cuzco é espetacular.

Fomos ao bairro San Blas que tem a paróquia mais antiga de Cuzco e mantem as ruas estreitas originais. Passeamos mais um pouco até o Mosteiro Dominicano, que foi construído sobre um palácio Inca, que era forrado de peças de ouro. O palácio Inca, por sua vez, foi erguido sobre estruturas da era pre-incaica. Existem grandes degraus na fachada da Av. del Sol que demonstram a sobreposição dos períodos e culturas.

Choveu, choveu bastante. Jantamos pizza num restaurante perto da Plaza de Armas. Tomamos vinho peruano pela primeira vez. Da vinícola Tabernero http://www.tabernero.com/home.html.

PERRO SIN PELO PERUANO.

HUACA PUCLLANA, LIMA.



16/10/2010

Fomos até a Huaca Pucllana, uma fantástica estrutura de adobe dentro da cidade de Lima. A construção é da chamada "cultura Lima", dos povos que habitaram a região na época pré-incaica. A pirâmide e as praças eram utilizadas para ritos em homenagem ao mar e a Lua. Diferentemente dos Incas, os povos da cultura Lima adoravam a Lua, uma vez que o Sol não aparece muito por aqui. Os adornos, tecidos e cerâmicas remetem às criaturas marinhas, especialmente aos tiburones.

Existe uma pequena horta e viveiro dentro do parque com espécies locais. Conhecemos o inigualável fruto lúcuma, o cactus San Pedro, que abre as portas do céu com seus poderes alucinógenos, e o simpático e quente Pierro sin pelos Peruano. 

Tomamos o Metropolitano, um excelente ônibus dentro de um corredor exclusivo numa via expressa até o centro. O transporte coletivo parece terrível, contando com inúmeras empresas de ônibus e o curioso sistema das kombis. São vans precárias e coloridas que andam abarrotadas de gente. Caminha-se displicentemente, uma van encosta na calçada e um sujeito gritar direto para você : AREQUIPA! AREQUIPA! AREQUIPA! com uma buzina estridente ao fundo.

Descemos na estação central que fica sob o hotel Sheraton e conta com um pequeno shopping. Caminhamos até a Plaza General San Martin e tomamos um taxi na frente do hotel Simon Bolivar. Passamos perto do Mercado Central que é uma bagunça e nos inclinamos a visitar.


Almoçamos no restaurante Punta Sal http://www.puntasal.com/. A experiência gastronômica da viagem até aqui. Comemos nosso primeiro cebiche e um filé de corvina com truta defumada e abacaxi caramelado. Os frutos do mar são o forte dos restaurantes de Lima e se come muito bem, pagando pouco. Para a sobremesa, fomos convencidos a provar o "inolvidable mousse de lúcuma". É algo entre uma batata-doce e uma manga, ainda não descobrimos. Porém, se os índios gostavam tanto, deve ser bom para alguma coisa.


Encerramos nossa última tarde em Lima no Larcomar http://www.larcomar.com/para-el-turista.html, tomando um café expresso e assistindo ao pôr do Sol no Pacífico.

SAN ISIDRO, LIMA.

"PARACA", LIMA.

PUENTE DE LOS SUSPIROS, LIMA.

PARQUE DEL AMOR, LIMA.

BARRANCO, LIMA.

TAXI CHOLLO, LIMA.

BIKE TOUR, LIMA.



15/10/2010

Hoje, o sol apareceu para surpresa dos limenhos e nossa alegria.

Fizemos o biketour http://www.biketoursoflima.com/ acompanhados do guia Franco e da fotógrafa argentina Carolina. Um belo passeio pelos bairros de Barranco e Chorrillos, com direito a uma parada no Bar do Juanito para um sanduíche de jamón e pata de porco marinada. No retorno, fizemos uma parada rápida no Parque del Amor.

O Franco nos indicou um amigo chamado Henry para fazer um voo de parapente, em San Isidro. Entregamos as bikes e fomos correndo pra lá. E, assim, sobrevoando a costa de Lima foi possível ter uma bela visão do circuito de praias e seus belos parques.

À noite, fomos ao Circuito Mágico das Águas, uma nova atração de Lima. http://www.go2peru.com/Lim_foto08.htm Lindíssimo!!

Jantamos no Tio Mario, no bairro Barranco. Um lugar tradicional, onde o prato principal é o anticucho. São espetinhos de coração de vaca que são marinados e carregados de sal antes de assar. Uma cerveja combinaria com o espetinho salgado. Porém, o bar não tem bebida alcoólica. Então, seguimos na onda tradicional e pedimos uma chicha morada. Trata-se de uma bebida não alcoólica feita de uma das diversas qualidades de milho que existem por lá. É um milho roxo, do qual se faz um refresco com uma cor bonita, lembrando uma Fanta Uva. Porém, é doce. Muito doce. E servido à temperatura ambiente. A combinação de antichuco salgado e chica morada doce e quente é um tanto inusitada. A sobremesa foi os picarones que saiam sem parar da cozinha. São umas rosquinhas feitas com massa à base de batatas, com textura de bolinho de chuva. Sobre as rosquinhas derrama-se uma espécie de melado. E, guess what? Doce. Muito Doce.

PLAZA DE ARMAS, LIMA.

LIMA, PERU.



13/10/2010

Chegamos! Pequenos contratempos, alguma adrenalina, mas tudo bem. É sempre divertido ter história para contar.

O dia amanheceu cinza. O céu contrasta com as flores e jardins de Miraflores. Tivemos uma ótima impressão.

Os peruanos nos receberam bem. Acho até que se divertem com as nossas trapalhadas e diálogos pouco claros.

No aeroporto, já nos esperavam com uma plaquinha. Tudo conforme o combinado. Chegando ao Hotel Santa Cruz, ocorre que não nos deixaram tirar a mochila do carro, porque o quarto não estava pronto ou algo assim. Melhor não entender. Depois de alguma discussão entre os motoristas, fomos levados ao Hotel San Blas, na Av. Arequipa. O hotel era meio escuro e os motoristas um tanto suspeitos, mas sobrevivemos ao incidente da primeira noite.

14/10/2010

Fomos resgatados do hotel pelo mesmo motorista. Com o dia claro, parecia menos suspeito. Tomamos café no hotel Santa Cruz, o correto. O hotel é simples, mas bem localizado. Veja mais em http://www.hotelsantacruz.com/. Fica a apenas três quadras do mar, em Miraflores.

Caminhamos por toda a orla de Miraflores até o Larcomar. Os jardins são belíssimos e extremamente bem cuidados. Todos são regados de forma artificial, uma vez que a incidência de chuvas em Lima é mínima.

Fomos até a Star Peru http://www.starperu.com/ para confirmar as passagens para Cuzco. Depois de caminhar para o lado errado da avenida por diversas quadras, finalmente achamos o escritório.

No período da tarde, contratamos um citytour. Percorremos alguns pontos de Miraflores e San Isidro e fomos para o centro. As atrações se concentram na Plaza de Armas ou Plaza Mayor. Na Plaza San Martin existe uma grandiosa estátua equestre do general cruzando os Andes. Curiosamente, colocaram uma lhama - animal! - sobre a cabeça da mãe da pátria no mesmo monumento.  O idealizador do monumento queria algo que representasse uma "chama acesa" no monumento. Falhou a comunicação em castelhano e a chama virou lhama.

A Plaza de Armas tem os tradicionais poderes representados por belíssimos prédios. Destaque para o palácio arcobispal, com balcão de madeira e a figura de São Tenório, que traduziu a Bíblia para o quechua. A imponente catedral tem a figura de Santa Rosa de Lima, olhando em direção ao mar para defender a cidade dos terremotos. No centro da praça existe uma fonte que jorra pisco, mas apenas no dia nacional do pisco.

Fomos ao Mosteiro de São Francisco e descemos às catacumbas. Inicialmente destinadas ao sepultamento dos monges, depois foram abertas aos que podiam pagar e, por fim, um cemitério público por falta de outro local apropriado. Existem cerca de 25 mil ossadas catalogadas apenas no primeiro dos três níveis.

PERU.

Destinos incertos em local sabido. Vamos para viver as lendas do país e curtir a nossa maioridade de mochileiros. Desenhamos um percurso retangular no mapa para conhecer alguns pontos de interesse. Será difícil ter uma noção completa e correta de um país com tamanha diversidade de pessoas e paisagens. Estão definitivamente fora do roteiro os altiplanos do Norte e a amazônia peruana. Vamos de Lima até Cusco - o umbigo do mundo - e Machu Picchu. Depois, seguiremos para Puno e o Lago Titicaca, na fronteira com a Bolívia. Conheceremos a colonial Arequipa e tomaremos o rumo Oeste, com destino ao litoral desértico. Pretendemos, então, ficar na região de Ica para sobrevoar as linhas de Nazca. A última aventura será no mar para conhecer a Reserva Nacional de Paracas e as Islas Ballestas com sua rica fauna marinha.

Um trago de Pisco e saúde a todos!!!