18/10/2010
Acordamos às 6h30min. Fomos até a estação PeruRail https://www.perurail.com/en/ para comprar as passagens para Machu Picchu. Depois, tomamos uma kombi rumo ao Vale Sagrado. Utilizamos a van que o povo local usa. A passagem custa N/S 2,00 ou R$ 1,20 até Pisac. Nossa opção econômica de pacote, uma vez que os tours pelo Vale Sagrado são oferecidos aos turistas por N/S 200,00 ou quase R$ 120,00.
A van segue o caminho parando em cada vila. Tinha algumas passageiras com trajes tradicionais falando quechua e carregando comidas. Nossa primeira parada foi em Pisac, povoado andino muito autêntico no Vale Sagrado. Muitas mulheres vestidas com trajes tradicionais, diferente de Cuzco, onde mais parecem fantasiadas. O Vale do Rio Urubamba - que vai trocando de nome ao longo do leito - é rico e fértil. Plantações de maiz crescem ao longo da estrada. Os lavradores utilizam o sistema de terraços herdado dos Incas. As ruínas de Pisac são espetaculares. Destaque para os nichos do cemitério Inca nos paredões da montanha, o templo do Sol e as fontes.
De Pisac, tomamos outro ônibus para Urubamba - N/S 1,20. Em Urubamba, trocamos de ônibus para Ollantaytambo. Uma camiseta da seleção brasileira vale mais do que o idioma falado em qualquer lugar do mundo. O motorista da van pediu para a gente ficar com ele no banco da frente para aproveitar a paisagem por conta da camiseta da CBF. Na van tocava Roberto Carlos em castelhano. O motorista falava sobre algumas curiosidades do caminho enquanto perguntava sobre o Rei e o Lula.
Ollantaytambo é considerada uma cidade Inca viva. A base das casas da vila são do tempo dos Incas. A visão do último nível dos terraços de plantio é sensacional. Existe um grande sistema de fontes e marcas da ação dos "destruidores de ídolos" dos invasores espanhóis.
Comemos um sanduíche de qualidade duvidosa e tomamos uma cusqueña quente http://www.cusquena.com/ antes de pegar o trem. O trem, por sua vez, é uma experiência "inolvidable", como diz o narrador que dá as boas vindas aos passageiros de todo o mundo. Fomos no Vistadome, o vagão com a cobertura de vidro.
A vista é muito bonita. Os trilhos acompanham o leito do rio e a paisagem vai mudando de serra para selva, até chegar à estação de Aguas Calientes. Passamos por lindas montanhas, picos nevados e cachoeiras.
Aguas Calientes é um povoado muito pequeno que vive em função dos turistas de Machu Picchu. Ficamos num hostal muito simples e dormimos em camas de solteiro. Compramos os ingressos - N/S 126,00 por pessoa - e recebemos as instruções para ir até Machu Picchu.
Acordamos às 4h45min e o mundo desabava em água. O "desayuno snack" prometido, não havia. Não tinha ninguém vivo ou acordado no hostal. Roubamos um suco de laranja da cozinha e umas capas de chuva na recepção e fomos para a fila do ônibus. Por incrível que pareça, havia outros malucos que acordaram antes das 5h e a fila já estava grande. O ônibus custa U$ 14,00 por cabeça para subir os íngremes 10Km até Machu Picchu. Os ônibus são novos e os motoristas dirigem desesperadamente depressa pela estradinha de terra, beirando o precipício.
Lá em cima, a chuva continuava. Estávamos um tanto desanimados tirando fotos, enquanto esperávamos a guia. Começamos a caminhar com a guia e uma família peruana às 8h. A chuva foi minguando e conseguimos apreciar as belezas da paisagem e da cidadela. Os terraços, as fontes, o templo do Sol e o condor são marcas indeléveis de uma cultura muito avançada e que tinha uma ligação íntima com os elementos da natureza.
Conseguimos a senha para subir até Wayna Picchu - a montanha velha - entre 10h e 11h. Começamos a subir perto das 11h e levamos cerca de 50min para chegar ao topo. Trata-se de uma antiga trilha Inca constituída, na maior parte do trajeto, de uma robusta escada de pedras. A subida é forte, mas a vista de Machu Picchu compensa todo o esforço. Descemos perto das 13h e fomos até outro ponto panorâmico: a casa do vigilante. É deste ponto que se tiram aquelas fotos de cartão postal.
Voltamos para Aguas Calientes quase na hora da saída do trem. Corremos para pegar as mochilas no hostal e tomamos o trem no vagão Backpacker até Ollantaytambo. Lá chegando, fomos de van até Cuzco.
Já em Cuzco, na rua do hotel, uma pequena loja de roupas chamou a nossa atenção. Não pelas roupas em si, pois eram um tanto comuns. Porém, um traje masculino era exibido num fantástico manequim com cabelos e um dente de ouro. Infelizmente, não tiramos nenhuma fotografia deste ícone do mundo fashion andino.
Na nossa última noite em Cuzco, fomos para outra experiência gastronômica digna de nota. Por aqui, as refeições são verdadeiras aventuras. Finalmente, comemos o tal do cuy a la parrilla num restaurante na Plaza de Armas. Trata-se de um porquinho-da-índia bem criado que recebe um tempero carregado e é assado na brasa. É muito tradicional na região dos Andes. A carne é boa, mas é pouca. Lembra muito a carne de ovelha e dizem que é muito saudável.
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