21/10/2010
Saímos de Puno rumo à Arequipa num ônibus pestilento. Sem banheiro, sem ar condicionado e sem janelas. O trajeto passa novamente pela cidade de Juliaca, muito pobre e bagunçada. Ficamos muito tempo parados nesta cidade. Mulheres entravam no ônibus vendendo comida e tinha uma que batia na lataria e gritava: "TRUCHA FRITA!" Às 9h da manhã deve ser difícil traçar um peixe frito.
Quando tudo parecia tranquilo e o calor ainda não assolava os passageiros, um sujeito tomou a palavra anunciando um "nuevo producto chino" que cura das cáries à cirrose hepática. Um verdadeiro milagre. O tratamento era vendido pela bagatela de N/S 10,00.
A paisagem é bem bonita. Passamos por planícies povoadas de alpacas e vicuñas, lagos com flamingos e alguns picos nevados. Porém, veio o mágico. Era um sujeito coxo, trajava uma camisa xadrez com uma gravata horrenda e jaqueta de couro em pleno deserto. Entrou no ônibus carregando uma mala enorme e começou a fazer mágicas com cartas e papéis dobrados. Ao final da apresentação, percorridos alguns quilômetros, vendia uns caramelitos, pedindo uma contribuição.
Na reta final, apareceu outro sujeito. Tinha o mesmo discurso daquele das moléstias e o mesmo rol de doenças terríveis, mas estava equipado com um microfone e caixas acústicas portáteis. Vendia o mesmo tratamento e afirmava que o produto milagroso era a graviola, do fruto à raiz, na forma de comprimidos.
Finalmente, chegamos em Arequipa http://www.travelarequipa.com/ - a Cidade Branca. Seguindo a indicação dos argentinos que conhecemos em Machu Picchu, ficamos num hostal no bairro Cayma.
Visitamos a Plaza de Armas que é extremamente bem cuidada. O conjunto arquitetônico colonial é muito bonito e imponente. Conhecemos o Mosteiro de Santa Catalina http://www.santacatalina.org.pe/, outro belo exemplar do período colonial.
Jantamos no nosso bairro, num café chamado Capriccio. Preço justo, não turístico, boa comida e bom serviço.
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